Com a compreensão da agricultura, há cerca de 15.000 anos, as sociedades humanas se reorganizaram de maneira radical: antes da agricultura, grupos de nômades coletores vagavam pelos territórios atrás de animais de caça, de árvores que tivessem frutos, de plantas que tivessem raízes. O destino era ditado pelas circunstâncias: o ciclo dos vegetais, o caminho dos animais, o curso das águas.
Com a agricultura, isso mudou: era possível colher e guardar, para consumir depois. Isso exigiu um novo modelo de gestão que, ainda que primitivo, já encerra princípios que usamos até hoje: investimento para o futuro, separação de tarefas por grupos de trabalho, necessidade de comando.
Esse modelo melhorado tomou a forma de uma pirâmide. As monarquias, que funcionaram desde a Antiguidade até o século XVIII, são visivelmente construídas assim: um manda em dois, dois mandam em quatro, quatro mandam em oito. E as funções são claramente distintas: a Igreja é um poder, o Monarca é outro, os Senhores Feudais, outro. Nas corporações, a pirâmide aparece na forma da "estrutura em M" ou estrutura multidivisional: um Gerente Geral é chefe de cinco Subgerentes, que são chefes de dez Supervisores; e cada Supervisor chefia trinta funcionários. Os nomes são diferentes: departamentalização, cadeia de comando, amplitude de controle; mas o que vemos é a pirâmide original em novas formas adaptadas.
Com os avanços tecnológicos e civilizatórios, surge agora uma nova estrutura organizacional: a Rede. Muito comum nos processos colaborativos de software, ela depende fundamentalmente de comunicação e colaboração. É uma estrutura aberta, onde poder e autoridade costumam andar juntos pois, normalmente, quem mais colabora tem mais poder - são os chamados "nós de rede". Assim, a hierarquia não é definida de maneira vertical, como nas pirâmides, mas de maneira horizontal - onde as pessoas que mais participam, que mais resolvem problemas, são as mais influentes, as mais poderosas.
Pode haver aqui uma novidade: nas redes, o chefe é o melhor servidor, invertendo uma condição clássica anterior de que o trabalhador mais braçal estava necessariamente num ponto inferior da cadeia de comando: à medida em que o trabalho ficava mais abstrato, cargo e salário cresciam. Nas Redes, isso não acontece assim: aqueles hierarquicamente acima não se afastam da produção, passam, isso sim, a resolver problemas mais complexos. As questões de planejamento continuam espalhadas pela Rede e não concentradas no topo da pirâmide - numa situação que pode ser chamada de "estratégia de acomodação".
eu gosto muito de administração
Pode haver aqui uma novidade: nas redes, o chefe é o melhor servidor, invertendo uma condição clássica anterior de que o trabalhador mais braçal estava necessariamente num ponto inferior da cadeia de comando: à medida em que o trabalho ficava mais abstrato, cargo e salário cresciam. Nas Redes, isso não acontece assim: aqueles hierarquicamente acima não se afastam da produção, passam, isso sim, a resolver problemas mais complexos. As questões de planejamento continuam espalhadas pela Rede e não concentradas no topo da pirâmide - numa situação que pode ser chamada de "estratégia de acomodação".
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