Abraham Harold Maslow foi um psicólogo norteamericano do século XX que tentou organizar, na forma de um modelo, as necessidades humanas.
Maslow fez uma coisa muito simples: dispôs, dentro de sua cultura, as necessidades humanas em ordem de urgência. Um dos principais critérios foi o tempo que podemos passar sem dada coisa. Assim, se estivermos sedentos e sem ar, vamos querer respirar primeiro; se estivermos sedentos e com fome, vamos querer beber água primeiro, mesmo que também nos seja oferecida comida.
No framework de Maslow, normalmente representado por uma pirâmide, as necessidades estão em ordem invertida:
5. Necessidades de autorrealização - os desejos de sermos plenamente tudo o que podemos ser. Essas necessidades nunca serão completamente satisfeitas;
4. Necessidades de estima - seja porque precisamos que outros nos reconheçam como heróis, como competentes, que nos premiem; seja porque nós mesmos precisamos nos sentir competentes, independentes, livres;
3. Necessidades sociais - precisamos pertencer a uma família, a um grupo, sentir que temos um lugar nosso neste mundo;
2. Necessidades de segurança - precisamos de estabilidade, proteção, precisamos da sensação de que nós e os nossos acordaremos bem de saúde amanhã;
1. Necessidades fisiológicas - comer, beber, manter o PH, dormir e, claro, respirar.
Essas necessidades foram, na opinião de Maslow, organizadas de forma que, quanto menos tempo podemos passar sem algo, mais necessidade temos disso. Respirar é, provavelmente, a "necessidade mais necessária".
As críticas a Maslow derivam de dois pertinentes aspectos: o primeiro é que culturas diferentes geram anseios diferentes, especialmente a partir do segundo nível de necessidades. O segundo é mais relevante ainda: essa hierarquia descarta ou ignora a força interna do caráter humano. No mundo das necessidades de Maslow, não há heróis e santos, que se sacrificam por outros a despeito do risco de autodestruição; não há poetas e pintores famintos, que preferem a arte ao prato. E sabemos que, por toda a parte, a vida está cheia de heroísmo, feito de pequenos atos cotidianos de desprendimento.
Entretanto, Maslow tem seu valor. Foi ele quem teve a coragem de expor cruamente uma teoria explicitadora sobre a organização de nossos desejos e ousou lançar luz sobre os critérios que dirigem muitas de nossas decisões.
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