Tuesday, November 29, 2011

A hierarquia das necessidades de Maslow

Abraham Harold Maslow foi um psicólogo norteamericano do século XX que tentou organizar, na forma de um modelo, as necessidades humanas.

Maslow fez uma coisa muito simples: dispôs, dentro de sua cultura, as necessidades humanas em ordem de urgência. Um dos principais critérios foi o tempo que podemos passar sem dada coisa. Assim, se estivermos sedentos e sem ar, vamos querer respirar primeiro; se estivermos sedentos e com fome, vamos querer beber água primeiro, mesmo que também nos seja oferecida comida.

No framework de Maslow, normalmente representado por uma pirâmide, as necessidades estão em ordem invertida:

5. Necessidades de autorrealização - os desejos de sermos plenamente tudo o que podemos ser. Essas necessidades nunca serão completamente satisfeitas; 
4. Necessidades de estima - seja porque precisamos que outros nos reconheçam como heróis, como competentes, que nos premiem; seja porque nós mesmos precisamos nos sentir competentes, independentes, livres;
3. Necessidades sociais - precisamos pertencer a uma família, a um grupo, sentir que temos um lugar nosso neste mundo;
2. Necessidades de segurança - precisamos de estabilidade, proteção, precisamos da sensação de que nós e os nossos acordaremos bem de saúde amanhã;
1. Necessidades fisiológicas - comer, beber, manter o PH, dormir e, claro, respirar.

Essas necessidades foram, na opinião de Maslow, organizadas de forma que, quanto menos tempo podemos passar sem algo, mais necessidade temos disso. Respirar é, provavelmente, a "necessidade mais necessária".

As críticas a Maslow derivam de dois pertinentes aspectos: o primeiro é que culturas diferentes geram anseios diferentes, especialmente a partir do segundo nível de necessidades. O segundo é mais relevante ainda: essa hierarquia descarta ou ignora a força interna do caráter humano. No mundo das necessidades de Maslow, não há heróis e santos, que se sacrificam por outros a despeito do risco de autodestruição; não há poetas e pintores famintos, que preferem a arte ao prato. E sabemos que, por toda a parte, a vida está cheia de heroísmo, feito de pequenos atos cotidianos de desprendimento.

Entretanto, Maslow tem seu valor. Foi ele quem teve a coragem de expor cruamente uma teoria explicitadora sobre a organização de nossos desejos e ousou lançar luz sobre os critérios que dirigem muitas de nossas decisões.

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