Tuesday, September 13, 2011

Diferença entre efetividade e eficiência - I

No dicionário, não há diferença. O Houaiss define eficiência como "poder, capacidade de ser efetivo; efetividade, eficácia". Entretanto, no mundo empresarial, a diferença existe e é relevante.

Uma ação é efetiva quando serve a um fim específico desejado e esse fim específico é alcançado.

Uma ação é eficiente quando os resultados são bons, mesmo que não alcancem o fim específico inicialmente desejado.

Assim, pode haver ações efetivas eficientes ou não eficientes. E pode haver ações não efetivas eficientes ou não eficientes. Podemos ser, portanto:

1. Efetivos e eficientes;
2. Efetivos e não eficientes;
3. Não efetivos e eficientes; e
4. Não efetivos e não eficientes.

Como assim? - Simples: quando fazemos algo, fazemos com um objetivo qualquer; ao fazê-lo, sempre há efeitos colaterais. Esses efeitos colaterais podem ser pequenos, banais ou triviais; e podem ser grandes, ao ponto de prejudicar os objetivos maiores da corporação. Suponha um vendedor que tem como meta vender cem objetos em dez dias, gastando até quinhentos reais. Se ele vender os objetos no prazo previsto gastando o previsto, foi efetivo. Entretanto, podem haver desdobramentos. Vejamos:

 Se ele vender tudo em um tempo recorde ou com um gasto muito pequeno, ou ainda se satisfizer os clientes de maneira excepcional, foi efetivo e também eficiente (1).

Se ele vender apenas metade dos objetos e estourar o prazo e o orçamento, nem foi efetivo, nem foi eficiente (4).

Se ele vender apenas metade dos objetos, estourar o prazo e o orçamento, mas trouxer vinte novos clientes ou conseguir receber uma dívida grande durante a viagem, não foi efetivo, mas foi eficiente (3).

Por último, se ele conseguir vender os cem objetos dentro do prazo e dentro do orçamento, mas deixar os clientes insatisfeitos, foi efetivo, mas não foi eficiente (2).

Porque essa diferença é relevante no mundo corporativo? Porque os administradores precisam saber ser tolerantes com os resultados que não são efetivos, se são eficientes; e é muito comum isso acontecer em processos cooperativos: atiramos no que vemos e acertamos no que não vemos. Nos exemplos acima, ao bom administrador interessam os resultados 1 e 3 e não interessam os resultados 2 e 4.

O relevante nesta distinção é justamente estar preparado para aceitar o resultado 3 e não apenas ficar obcecado com o objetivo, ao ponto de dar o resultado 2 como aceitável.

Quem primeiro construiu essa distinção foi um Administrador de Empresas chamado Chester Barnard em um livro importantíssimo: "As Funções do Executivo".

eu gosto muito de administração

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